Estava a ler o Bhagavad Gita (Bagavadguitá, também conhecido pela grafia Bhagavad Gita (em sânscrito: भगवद्गीता, transl. Bhagavad Gītā, "Canção de Deus") é um texto religioso hindu. Faz parte do épico Mahabárata, embora seja de composição mais recente que o todo deste livro. Na versão que o inclui, o Mahabárata é datado no Século IV a.C.. - fonte: Wikipedia) e ao ler uma parte dele, fiquei emocionada por que foi justamente o tipo de pensamento que eu tive enquanto estava em tratamento:
Eu recomendo a leitura completa, mas para refletir, foi nessa parte que tenho certeza que me entreguei ao desapego. Sim, queria muito viver, mas ao mesmo tempo que a vida me era possível, a morte também era. É um momento difícil e muito doloroso: a partir do momento que me tornei racional tanto da cura em vida como da cura com a morte foi um choque. Não digo por mim, mas instantaneamente pensei nos meus pais e como eles ficariam caso eu não respondesse bem ao tratamento e viesse a falecer. Confesso que só de repetir isso, lágrimas me vem ao olhos, pois meus pais são pessoas simples, que sempre batalharam da maneira que puderam para nos criar (a mim e meu irmão). Posso ser meio durona com eles, mas acho que não haveria dor maior do que ver ou sentir meus pais sofrendo por me perder. Isso não é egoísmo e sei de alguma forma que esse sentimento de perda, para eles, seria algo tenebroso e horrível. Houve um momento em que me cansei de tanta quimio e disse que queria parar. Mas era impossível. Todo o esforço que minha mãe fez para ficar comigo no hospital, para me incentivar, para passar por cima de algumas manias dela e me fazer sentir mais amada tiveram valor. E muito. O que talvez me deixe frustrada hoje em dia é não poder ajudá-los como eu tanto sonho em ajudar, mas sei que um dia eu terei a oportunidade de retribuí-los à altura...
E a palavra do dia é: GRATIDÃO. Sou muito grata pelo o que meus pais fizeram e ainda fazem, mesmo com nossas briguinhas casuais. Mas é algo que não se explica, apenas se sente. E o desapego... Esse só faz aumentar com o tempo. E faz muito bem.
Até.
37. Ó bravo filho de Kunti, ou você morre na luta e vai viver outra vida nos mundos celestiais ou, se vencer, você vive para gozar nesta Terra. Por isso, lute com fé.
38. Lute apenas por lutar sem pensar em perda ou ganho, em alegria ou tristeza, em vitória ou em derrota, pois, agindo desse modo, você nunca pecará.
39. Até aqui Eu lhe falei do conhecimento obtido pelo estudo analítico da filosofia Sankhya. Ouça agora o que direi ó descendente de Bhárata, sobre o trabalho que é feito sem apego a resultados, que livra do cativeiro do trabalho mercenário.
40. Nesta via não há perda e nenhum esforço é em vão, e um pequeno avanço nela liberta do grande medo.
Eu recomendo a leitura completa, mas para refletir, foi nessa parte que tenho certeza que me entreguei ao desapego. Sim, queria muito viver, mas ao mesmo tempo que a vida me era possível, a morte também era. É um momento difícil e muito doloroso: a partir do momento que me tornei racional tanto da cura em vida como da cura com a morte foi um choque. Não digo por mim, mas instantaneamente pensei nos meus pais e como eles ficariam caso eu não respondesse bem ao tratamento e viesse a falecer. Confesso que só de repetir isso, lágrimas me vem ao olhos, pois meus pais são pessoas simples, que sempre batalharam da maneira que puderam para nos criar (a mim e meu irmão). Posso ser meio durona com eles, mas acho que não haveria dor maior do que ver ou sentir meus pais sofrendo por me perder. Isso não é egoísmo e sei de alguma forma que esse sentimento de perda, para eles, seria algo tenebroso e horrível. Houve um momento em que me cansei de tanta quimio e disse que queria parar. Mas era impossível. Todo o esforço que minha mãe fez para ficar comigo no hospital, para me incentivar, para passar por cima de algumas manias dela e me fazer sentir mais amada tiveram valor. E muito. O que talvez me deixe frustrada hoje em dia é não poder ajudá-los como eu tanto sonho em ajudar, mas sei que um dia eu terei a oportunidade de retribuí-los à altura...
E a palavra do dia é: GRATIDÃO. Sou muito grata pelo o que meus pais fizeram e ainda fazem, mesmo com nossas briguinhas casuais. Mas é algo que não se explica, apenas se sente. E o desapego... Esse só faz aumentar com o tempo. E faz muito bem.
Até.
3 de fevereiro de 2009 às 13:28:00 BRST
Cara, eu sei que não é egoísmo.
Um vez eu sofri um sequestro relâmpago, e a possibilidade de eu morrer era grande (eu fui ameaçado o tempo todo).
E na hora eu pensei o que minha mãe, meus amigos e meus parentes fariam se eu morresse ali. O que aconteceria com todas as expectativas, todos os sentimentos, tudo aquilo que eu significava pra eles se eu simplesmente deixasse de existir.